terça-feira, 22 de março de 2011

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 - Sabe Maria, eu queria ser muitas coisas. Queria ser mais forte, mais livre, mais simples. Gostaria de poder dizer o que eu estou sentindo e ainda sim não deixar de ser amada. Queria não ter medo, Maria, você tem medo? É muito difícil sentir isso. Já disse que queria ser mais livre? Ah, como eu queria. Gostaria de poder me reinventar e reinventar os outros, ao meu modo. Apesar de saber que é impossível, e que nesse caso não é só questão de opinião. Não vou nem dizer o que eu gostaria fisicamente porque ficaríamos aqui até amanhã depois da chuva. Não, não a minha chuva. Mas a chuva do São Pedro mesmo. Queria que parasse de chover, a minha chuva. Sei lá, que secasse um pouco-muito-suficiente para que eu conseguisse conversar sobre certos assuntos sem me encharcar. Gostaria de armar um barraco, chutar o balde junto com o pau da barraca. E dizer todas as coisas que eu já ensaiei mil vezes. E por isso eu me sentiria sozinha, mais. Você entende, Maria, você vê o que eu quero dizer, não vê? Eu sou assim mesmo, de ensaiar e querer demais. Gostaria de poder cantar, e poder fazer umas performances meio loucas para um estádio de futebol: lotado. Ah, queria saber jogar futebol, e marcar um gol que realmente valesse de alguma coisa. Gostaria de saber nadar. Mas eu não sei, e não sei muitas coisas. Eu gostaria de ter mais amigos, Maria, e de poder fazer algumas sutis coisas. Queria que pegassem à minha mão e sorrissem pra mim, que entendessem quando eu preciso de um abraço ou quando eu imploro por um beijo. Gostaria de poder ser mais sensitiva... ah! Gostaria de tantas coisas... Você não, Maria?
- Uhum Isabela, uhum.

Um comentário:

  1. uhum Isabela, uhum. :)

    Suas palavras sempre me abrem um sorriso, inevitável. Lindo texto, lindas palavras !

    um beijo

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