segunda-feira, 15 de abril de 2013

Oi?

Não adianta ser feliz apenas bêbado e tendo orgasmo, são dois momentos passageiros que, se você reparar bem, são muito pequenos em relação ao investimento que a outra pessoa faz. Decodificar ruas não precisa ser o seu forte, mas possuir surdez conveniente também não. O não dito: mata.  Cada vez mais posso crer nisso. Mata o outro, mata a si. O grande outro DE FATO é um sujeito suposto saber, e eu possuo só o saber não sabido. Nunca sei das suas intenções, do que você acha disso ou daquilo que eu digo ou faço. After all this time? - Mas nesse caso a resposta não é o forever clichê que me faz chorar. Sim, depois de todo esse tempo aqui eu estou, repostando no blog, chorando minhas pitangas pelas mesmas coisas. Talvez uns anos mais velha e calejada (tenho quantos, noventa?), mas envelhecer dez anos ou mais nesse último mês tem sido frequente. Alma de velha. Alma? Oi? São tantos conflitos. O investimento continua sendo alto, mas condensar é mais fácil do que deslocar. Deslocar dói. Reinvestir em mim dói mais ainda. Sublimar parece uma mini luzinha no fim de um loooooooooooongo túnel. Querer ser uma pessoa melhor não faz mal à ninguém, faz? Lutar por isso, engolir choro, engolir raiva, engolir mágoa, pra ficar no tudo bem, só pra ser amada, compensa? Eu hein, isso tá mais pra Clarice do que Tati. Fazer o quê. Apesar de. 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Heartbeat

"Todas as cartas de amor são ridículas,
Não seriam as cartas de amor se não fossem ridículas"

domingo, 27 de novembro de 2011

... e não ter ninguém pra pegar a minha mão.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Because you're my people.

Eu não sou do tipo de pessoa que vai embora. Que faz um escândalo em público ou que engole o choro. Eu sou daquelas pessoas que acorda de mal com a vida simplesmente porque acordou. Fico facilmente impressionada se você puder fazer algo que não seja normativo. Sou boba e aceito um pedido de desculpas, mas só se ele vier com um abraço, bem apertado e quente. Não me venha com meio abraço. Nunca entrará em minha mente como as pessoas podem maltratar outras pelo simples fato de maltratar. Se você conviver comigo por mais de 6 meses provavelmente vai me ver chorar, porque eu não sei ser de outra maneira. Chame como quiser, mas não pense que eu mesma já não me renomeei por ser assim.
Tenho aprendido que - por mais que a gente se esforce - nunca será o bastante aos olhos de uns, e será exacerbado aos olhos de outros. Apesar de conviver com a diferença todos os dias, não é possível vê-la claramente a não ser que você se deixe tocar. Deixar-se tocar é uma daquelas coisas que tem (mais evidentes) os seus lados: o bom e o ruim.
É uma coisa boa porque se entregar a algo, pertencer aquilo, se importar, nos mostra um lado que jamais conheceríamos se não tivéssemos tentado. E é uma coisa ruim, porque nem sempre nossas expectativas são alcançadas, nem sempre o amor que você dedica para aquilo é recíproco e isso machuca. Dói. E dor não é algo que a maioria das pessoas escolhe sentir.
Eu, na maioria das vezes, pago o pato. Levo na cara, apanho e tudo mais. Só que, apesar disso, quando a tempestade já passou e os nervos já se acalmaram, eu tento aprender com aquilo. Tento tirar o maior proveito possível, e absorver.
Muitas coisas em mim precisam ser melhoradas, mudadas, e (penso eu) tolo é quem acredita que não precisa mudar. Todo mundo precisa mudar. Não mudar por completo, mas ir se modificando, se aprimorando e, principalmente, se adaptando às pessoas com as quais você vive. Ninguém é feliz sozinho. Ninguém sobrevive sozinho.
Como eu disse, eu não sou daquelas que engole o choro, mas, se precisar eu aprendo a engolir. E aprendo também ser má, fria, desapegada, nojenta, asquerosa, insuportável. Mas eu não sou essa pessoa. Não, pelo menos, com as que eu tenho um mínimo de apreço.

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Escrevi coisa com coisa, o título provavelmente não tem nada a ver com o texto que fala demais e não diz nada. That's me.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

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Ela estava guardando suas compras em sacolas plásticas. De onde eu estava, só conseguia ver seus cabelos presos em um rabo de cavalo, sua nuca branca, e seus contornos até a cintura. Usava uma blusa riscada em alguma variação de rosa e branco. Mudei de lugar para que eu pudesse vê-la melhor. Ela era alta, esguia. Usava um jeans azul e uma sapatilha com cor de burro fugido. Ela era mais jovem do que eu imaginei. Ainda tinha espinhas no rosto, nariz pontudinho - mas não era daqueles finos e pontudos, era cheinho, e pontudinho. Seus olhos estavam fixos em seu trabalho de empacotar suas compras e colocá-las em seu carrinho. Sua feição era triste, cansada, como se tivesse de lidar com assuntos maiores do que sua idade a permitia, ou como se tivesse com a cabeça cheia de problemas dela e de outras pessoas. Ela tinha o tipo de quem se preocupa com as pessoas. Perdi-me pensando na razão que poderia estar deixando-a tão atordoada. Daria muitas das minhas poucas coisas para vê-la sorrindo. Não qualquer sorriso, mas um sorriso que só ela poderia ter, o dela, o especial. Porém, ela não o sorrira para mim. Nem para a moça do caixa que logo lhe mostrou o valor de sua compra, ela pagara. Pagara com o cartão do supermercado, e sorrira um sorriso amarelo para a moça do caixa, que não retribuiu o sorriso. E então suspirou. Um suspiro doído, como se algo a estivesse atordoando lá na alma. Pegou suas compras e seguiu. Meu olhar a acompanhou até onde pôde, e eu sabia que nunca mais a veria. E eu quis que alguém a fizesse feliz. Será que algum ser poderia ter a felicidade de arrancar dela um sorriso sincero? A batizei de Isabela. Sempre gostei desse nome. Se um dia eu tivesse uma filha, sempre disse que poria esse nome. Mas como eu nasci um homem sem filhos, fiquei apenas imaginando-a e desejando que alguém a fizesse feliz, mesmo sem saber se alguém já fazia esse trabalho.