sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Impessoal

Hoje choveu novamente. Choveu muitas vezes. A chuva alternava, ora muito intensa, forte e grossa, aquela com os pingos doídos, ora leve, suave. Ouvira as conversas, não as mesmas de outrora, mas conversas e risos. Depois reparara que era a chuva que as trazia à tona. Observou, e sentiu muito ciúme por fazê-lo. Queria sumir, ou correr milhas de distância de todos, mas só até encontrar o seu abraço. Entretanto, não foi suficiente. Faltaram as palavras certas. E ela precisava ouvir, mesmo que fossem as erradas. Mesmo que fossem aquelas mais clichês e que ela já ouvira em outras situações completamente diferentes, mas que se encaixaram perfeitamente. Quem dera que ela pudesse optar por apenas observar. Não, ela tinha de sentir. E sentiu tão profundo que calou, percebeu que tudo o que ela disse incomodaria. Sorriu, falou dos amigos, beijou, abraçou e gastou. Gastou seu pobre coração. Pisoteou-o, esmagou-o, forçou-o a calar-se. "Calma-te coração, quando estivermos à sós, você grita, agora, calmo, calminho, apenas exerça sua humilde função". Chove hoje, choverá amanhã. Talvez continue chovendo por muito tempo. Mas o calor do sol e do seu abraço, sempre ficarão na memória. Memória fraca e falida. Só o que lhe resta é guardar pequenos flashes de saudade sem fim. De mim, de você, de nós. Deles, delas, de mim, de nós, conosco.

2 comentários:

  1. Adoro seus textos, da quase pra sentir o que você estava sentindo ao escrever. Parabéns, Zabelinha *-*

    ResponderExcluir
  2. "Gastou seu pobre coração. Pisoteou-o, esmagou-o, forçou-o a calar-se. "Calma-te coração, quando estivermos à sós, você grita, agora, calmo, calminho, apenas exerça sua humilde função". Chove hoje, choverá amanhã. Talvez continue chovendo por muito tempo."

    E não é que me sinto assim? Incomoda, e a boca não abre. Não fala, guarda tudo. Esconde tudo. Embola tudo, e parece que vai ficar ali para sempre ..

    LINDO TEXTO ! um beijo

    ResponderExcluir

Discorra sobre o assunto aqui: