No outro dia, ao fazer o mesmo percurso, ele se lembrou do cheiro de lavanda, e da menina encantadoramente linda e de olhos vermelhos por lágrimas que ele vira ontem. Esperou ansiosamente para vê-la, mas por muitos dias não a viu. Quando suas esperanças já se esvaíam, ela entrou. Cabelos soltos, jeans colados às coxas, blusa de uniforme, e novamente nada de conseguir olhar o nome da empresa. Se sentou ao seu lado. Bruno sentiu um estranho arrepio, como se ela tivesse se sentado ao lado dele pelo magnetismo ou pela força do pensamento. Ele ensaiou várias formas de conversa até que percebeu que a bolsa dela estava aberta. Decidiu, timidamente, dizer: "Sua bolsa está aberta".
A garota definitivamente não se moveu. Nem um olhar, nem uma manifestação de nenhum membro do corpo. Mesmo se sentindo completamente idiota, tentou novamente: "Moça, a sua bolsa... está aberta" - E encostou delicadamente no braço dela. Laura virou-se subitamente, como se tivesse tomado o maior susto da vida. Olhou no fundo dos olhos dele, afastou os cabelos e tirou o fone de ouvido: "O que foi que disse?"
"Sua bolsa, está aberta"
"Ah, obrigada. Eu sou a Laura."
"Bruno."
"Tenho de descer, obrigada novamente."
"Tchau"
Foi a última vez que estivera com ela fisicamente. Desde então entra todos os dias na condução esperando ansiosamente para vê-la, enquanto o cheiro irritante de lavanda fica apenas em memória. Sonhara com ela inúmeras vezes, e ela sempre desaparecia em alguma das melhores partes. Talvez fosse para ser assim. Apenas no plano ideal, e não real.
O problema é esse quando o plano é ideal e não real... por que as vezes tudo que agente quer é que o tal plano saia do sonho, ultrapasse a imaginação e vire realidade... mas talvez seja querer demais, nê?!
ResponderExcluirGostei da história!! =D
Adoro histórias assim, que me fazem pensar em diversos finais ! Ah, espero que se reencontrem ): !
ResponderExcluir.. Talvez tenha encontrado algumas respotas para minhas cartas sem destino, alguém que diferentemente de Anita, não me responde com um vazio, mas me deixa algo para refletir, pensar. Você não sabe como suas palavras me reconfortaram, me fizeram bem. Abro um sorriso por saber que não sou a única a desejar coisas tão .. assim, sabe ? haha, de verdade, obrigada pelo recado ! :)
beeijos !