quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ela achara que chegara a hora. Que precisava por um fim em todas essas tristezas que sentia. Não era mais tão bom quanto no início. 'Quando foi o início?' - Se lembrava vagamente. Quando foi que eu disse sim ou não? quando foi que eu impus realmente o que estava sentindo? Quando? Onde? Como? Estava tudo muito vago para que ela se lembrasse. Pensou no quanto aprendera, mas, mais ainda, pensou no quanto sofrera por querer aprender. Querer andar sempre junto, e com postura, mesmo com o peso de mil elefantes nas costas. Sorrir e ignorar a vontade imensa e descontrolada de chorar e gritar o mundo que ela é quem estava certa, não você. Muitas vezes, a vontade de tomar atitudes impensadas lhe vinha com tanta intensidade, que ela quase se esquecia de quem era. De onde tinha vindo, do porque da existência daquele sentimento. Por odiar-se cada segundo que pensara em fazer algo por impulso, muitas vezes sentia-se atraída pelo desejo do impensado, pela ânsia de fazer algo que todas faziam, menos ela. Mas era exatamente aí que ela se vira tão diferente das demais. As outras tais que precisam de sentimentos tão retrógrados, e de intrigas desnecessárias. Há tanto que ela gostaria de realmente expressar, de dizer que fulano ou beltrano estão errados, que eles precisam escutar, que eles escutem na marra, não precisam aprender nada, nem absorver coisa alguma, só precisam aprender a ouvir, a querer ouvir, a não serem tão irredutíveis, a não serem tão implicantes, a deixar de fazê-la sofrer, a querer sempre que ela cresça, cresçamos juntos então. Mas não, essa utopia que ela carrega consigo, é apenas sua. É a sua confusão de sentimentos que são extravasados com lágrimas. Sempre chegara a este ponto. Suas lágrimas. Já chegou a se perguntar se realmente valeu a pena chorar por isto ou aquilo. Ela sempre acha que valeu, porque fez com que ela se sentisse mais forte, apesar de ela não perceber instantaneamente, em algum momento ela percebera, e este momento, foi quando viu que não chorou novamente. Contudo, perguntou-se: 'Hoje, eu não choro por ser mais forte ou por não me importar mais?'.


"Guardar lá dentro um amor não impede, que ele empedre mesmo crendo-se infinito"

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