quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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É engraçado como a gente abre mão. Esse assunto tem pairado em minha mente a algum tempo, e sempre encontro mais coisas que deixei passar. Deixa-se passar pra não chorar, pra não sofrer... Mas, acaba-se sofrendo mais ainda (no meu caso). Acho que eu exerço bem a minha função, ou melhor, eu demonstro que a exerço bem. É engraçado como às vezes você simplesmente finge que não vê, ou não retruca a uma resposta de mau gosto. Fica a vontade de voltar no tempo e mandar a pessoa ir pra putaqueopariu mesmo! Eu tenho um enorme defeito, todo mundo sabe que é defeito, mas todo mundo deixa passar. É mais defeito do que meu egoísmo. Não vou falar a respeito. Eu sempre ouço coisas que eu não queria ouvir da pessoa que eu realmente não precisava ouvir. E geralmente essas coisas que ouço são tomadas pela pessoa como "brincadeira", mas assim que eu digo alguma "brincadeira" vêm logo com (465.418.485,) 4 predras na mão. É engraçado como a gente aprende a depender das coisas, como se acostuma com uma ligação ou com um horário pra alguma coisa. É engraçado como o tempo passa depressa e você só pensa que nas coisas que não fez. É engraçado o quanto falamos coisas desnecessárias, e nos arrependemos depois .

É engraçado, mas não é divertido.

3 comentários:

  1. Engraçado a gente ter que engolir palavras ou medir palavras para certas pessoas para que elas não nos levem a mal... (ou sei lá porquê. somos ensinados assim!)
    mas, é ainda mais engraçado você não ver NINGUÉM medir as palavras pra falar com você.

    Cmo vc disse, Bela... é engraçado. mas não tem nada (absolutamente nada) de divertido - pelo menos pra nós.

    :*

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  2. Eu falo tão pouco. Às vezes eu queria falar mais mesmo que pra me arrepender.
    Você sabe bem que às vezes o silêncio dói mais que uma pedrada.
    Vou usar (desgostosamente) uma frase bem clichê: "a vida é feita de escolhas", se você está sofrendo com o que foi "desprivilegiado" na escolha mais do que está feliz com o que foi "privilegiado" então é porque escolheu/está escolhendo errado.
    E se quer mudar, um conselho (ressaltando que conselho se fosse bom...): fuja do ordinário. Temos a ilusão de que o mundo nos dá muitas opções, mas na verdade não. É fácil agradar as pessoas: é só fazer as coisas de uma forma "ordinária" (uma opção) que todo mundo sabe como é, porque todo mundo que é "bem aceito" faz isso. Logo, quem "nada contra a corrente" não é bem aceito. Fuja do ordinário, porque já tem muita gente ordinária, como disse um célebre amigo hoje: "tem gente igual demais!" E como bem diz Maquiavel num outro contexto: o que é difícil de conquistar é difícil de se tirar e o que é fácil de conquistar é igualmente fácil de se perder. (Estou defendendo minha posição, mas não quer dizer que é a certa; Seria mais fácil viver na ignorância, fazer as coisas de uma forma e ser feliz, mas depois que a maçã foi mordida ficou difícil. [ou talvez não]).
    Voltando um pouco no assunto: às vezes você sente o peso das pedradas dos outros, às vezes pode não sentir o das suas.
    Esse negócio de "função" foi repugnantemente passivo. Nossa função é transformar, não ser transformado.
    Se eu não mandei ninguém pra putaqueopariu é porque essa pessoa não vai querir ir pra lá, mas talvez mesmo assim eu devesse sugerir que ela fosse, de forma bem deseducada. Outro assunto é educação: só porque todo mundo quer e acha que você deve ser educado não quer dizer que você tem que ser educado com todo mundo e legal e compreensivo, prestativo e hospitaleiro, tem gente que merece um pisão no pescoço e a gente tem que pisar.
    Ninguém sabe bem o que você precisa ou não ouvir e como eu disse antes, muitas vezes é melhor falar. O silêncio traz a idéia de repressão e repressão é ruim.
    Este comentário veio maior que o texto pra compensar do passado que não comentei.
    http://letras.terra.com.br/engenheiros-do-hawaii/45745/
    Este é o segundo comentário anônimo meu, mas quem ler sabe quem é que tá falanado.

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  3. Como diz uma professora minha, "pegando o gancho" dos comentários acima: Esse negócio da pedrada é verdade, muitas vezes nós mesmos nem sabemos o quanto a nossa pedrada dói. Mas às vezes é preciso jogar em quem merece, o difícil é saber se a pessoa que está levando a pedrada realmente merece.
    Aprendi (e estou tentando "trabalhar" nisso) que devemos expor nossa opinião, impor algumas coisas, mas isso não quer dizer que fazendo isso ofenderemos o próximo, por isso é importante falar.
    Quando dependemos de alguma coisa é pq gostamos ou pq essa coisa nos levará a algo que gostamos, nem que seja inconscientemente.
    E abrir mão das coisas faz parte da vida mesmo, não tem como voltar atrás, mas tem como mudar o presente. :)

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